Confete dourado caiu do teto

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ahad1020
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Joined: Thu May 22, 2025 5:15 am

Confete dourado caiu do teto

Post by ahad1020 »

Alton sorriu no fim, mas não era de verdade. Era marketing. Era contrato. Era forçado.
Mesmo que o público tivesse saído sem aplaudir.
“Vitória é só uma narrativa bem contada”, pensou, olhando o palco vazio.
A equipe tirava selfies com cara de “deu certo”, mesmo sabendo que tudo desmoronou por dentro.
Latas de energético e contratos molhados de suor estavam jogados nos bastidores.
Ninguém mencionava os erros. Era mais lucrativo fingir que o show foi um sucesso.
Alguém comprou todos os ingressos da última sessão. Foi o próprio Alton.
A crítica chamou de “fenômeno estético do vazio triunfante”. Soava bonito, mas era vazio mesmo.
O merchandising vendeu bem. Canecas com a frase: “Eu sobrevivi ao show do Alton”.
Uma senhora saiu chorando. Base de dados de números de telefone Não de emoção. De tédio profundo.
O patrocinador pediu mais presença de marca. Alton usou um boné com o logo até no banheiro.
A bilheteira riu. “Chamam isso de arte? Parece liquidação emocional.”
Numa prateleira, 37 roteiros descartados e uma caixa de esperança vencida.
A vitória foi anunciada antes do show começar, por segurança.
O apresentador leu um teleprompter com palavras que ele mesmo nunca usaria.
Um crítico escreveu: “É como vender ar em potes com cheiro de trauma.”
Alton assinava autógrafos sem saber para quem, nem por quê.
Teve champanhe no final. Quente. Barato. Artificial.
O produtor gritava: “Foi um sucesso!” enquanto apagava dívidas no Excel.
Havia fogos de artifício, mas só três funcionaram.
O som estourou no meio da cena crucial. Todos acharam que era parte do show.
O roteiro original falava sobre fracasso. Mudaram para “superação” por demanda comercial.
A vitória foi leiloada no OLX. Lance mínimo: autoestima de artista.
Alton encontrou um ingresso no lixo escrito: “esperava mais”.
Cadeiras vazias ocupadas por expectativas quebradas.
O público riu nos momentos errados. Ou talvez o show fosse sobre isso.
O encanador entrou em cena achando que era parte do espetáculo. Ovacionado.
O show acabou, mas o telão continuou aceso por engano.
O nome “Alton” piscava em neon enquanto ele chorava atrás da cortina.
Venderam o fracasso como arte conceitual.
Chamaram o fiasco de “experiência sensorial imersiva”.
Distribuíram brindes para desviar do enredo incoerente.
Alguém disse: “É um gênio”, enquanto postava meme zombando.
A vitória não foi dele. Foi do algoritmo.
O show foi patrocinado por uma marca de água que nem molha.
Alton gravou um vídeo de agradecimento. Usou 12 filtros.
Postou: “Gratidão pelo carinho de todos!” Mas os comentários foram desativados.
Luzes piscavam como crise de identidade iluminada.
A vitória foi comprada em três parcelas com juros.
O figurino rasgou. Ninguém percebeu.
O maquiador chorou porque a maquiagem borrada virou conceito.
A peça foi chamada de “realidade líquida em forma de performance.”
Uma criança perguntou: “Ele tá bem?”
Ninguém soube responder.
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